Os estúdios Disney lançará um filme dos bastidores da criação de Mary Poppins no final desse ano, intitulado “Saving Mr. Banks”.
Com Tom Hanks escolhido para viver o próprio Walt Disney, o longa conta a história de como o empresário convenceu a escritora que criou a personagem Mary Poppins, Pamela Travers, a aceitar transformar sua obra em um filme.
Para quem não sabe, toda essa negociação gerou uma grande polêmica na época. Pamela não teria gostado nem um pouco do resultado final do filme e ainda fez críticas à atriz Julie Andrews, que deu vida à babá na telona, alegando que ela “era muito bonita para o papel, além de ter sido mal dirigida“. Nem o Oscar de 1965 que a atriz ganhou por ter interpretado a personagem conseguiu adoçar a escritora.
“Saving Mr. Banks” estréia no dia 13 de dezembro nos Estados Unidos e já tem trailer rolando por aí:
Que o filme tem origem da fotografia e que antes eles eram mudos, isso todo mundo já sabe. Agora, quando será que surgiu a dublagem? No inicio no cinema falado, começaram a surgir algumas espécies de dublagem, lá pra 1925, mas se tornou oficial só em 1927 em “The Jazz Singer”, que incluia algumas falas. Ainda era novidade, então em 1930 o diretor Jacob Karol utilizou um sistema de gravação que permitia sincronizar imagem e som. Foi aí que nasceu a dublagem.
No Brasil ela não demorou tanto pra vir. A primeira animação a ser dublada foi, adivinhem, Branca de Neve – que também é a primeira animação de todas a ser exibida no cinema. E é sobre isso o nosso post de hoje, que iremos dividir em partes. A cada fim de semana postaremos duas personagens e por aí vai.
Bom, originalmente, quem dublou “Snow White” foi Adriana Caselotti (1916-1997), em 1938.
Adriana Caselotti
Curiosidade: Walt Disney a convidou pessoalmente para dublar a princesa, mas não quis que a atriz e cantora participasse de nenhum outro filme para não quebrar a ilusão e encanto da personagem. Só ficou permitido, como em “O Mágico de Oz”. Adriana tinha apenas 18 anos quando se dedicou a esse trabalho.
Dalva, Maria Clara, Maria Alice e Cybele
Já em terras tupiniquins a escolhida para a voz nos diálogos foi Dalva de Oliveira (1917-1972), enquanto Maria Clara Jacome ficou com a voz das canções. Em 1965 teve-se que escolher um novo elenco e redublar o material por conta de má acervo dos mesmos e as escolhidas da vez foram Maria Alice Barreto (1930-2010) nos diálogos e Cybele Freire (de “Quarteto em Cy”) nas canções.
BÔNUS: Na década de 90, Simone Scigliano Brown foi incentivada por Orlando Drummond (o “Seu Peru”), a fazer teste para a voz de Branca de Neve para a TV. Ele acreditava que ela tinha uma “voz de travesseiro” e que combinaria muito com a personagem. E deu certo! Mas o mais legal disso tudo é que Simone é ou já foi professora de algumas Princesas Caiçaras, incluindo eu mesma, a nossa Branca de Neve, Merida, Alice e a nossa Fada Madrinha.
Ah, e mais um adendo: Orlando Drummond foi quem deu voz ao anão Atchim 🙂
Nosso próximo post de dublagem será dedicado à Cinderella.
Muitos personagens da Disney realmente existiram. Quer dizer, foi mais ou menos assim. Nós bem que queríamos que fossemos nós mesmas, mas não é o caso… hahahaha
Conheça alguns deles que, de alguma forma, são “reais”!
Vamos começar pela pioneira, claro. “Branca de Neve e os Sete Anões” foi lançado em 1937. Foi a primeira animação a ser exibida no cinema, então é óbvio que os recursos usados naquela época são bem diferentes dos de hoje em dia. Para reproduzir as cenas de Branca de Neve, os diretores do longa contrataram uma dançarina chamada Marge Champion. Ela pode ser considerada a verdadeira Branca de Neve! Usando a roupa da princesa, Marge interpretou todas as cenas da personagem para ajudar na produção final. E não foi só isso: ela também serviu de molde para os movimentos do anão Dunga.
Assista abaixo uma entrevista com Marge, feita em 2009, que conta um pouco mais sobre esse fato curioso.
Já a Rainha Má teve sua aparência e personalidade inspirada na personagem da atriz Helen Gahagan no filme “She”, seu único trabalho hollywoodiano. Posteriormente, Helen largou os holofotes para se dedicar a vida política.
A atriz Irene Bedard nasceu no Alaska e é descendente de índios americanos. Bedard não só foi a dubladora de Pocahontas como também serviu de inspiração para a aparência da personagem. Entretanto, é a cantora Judy Kuhn que empresta sua voz para as canções do filme – e que resultou em um Oscar de Melhor Canção Original, com “Cores do Vento”.
Irene Bedard
Pasmem: a aparência de Aladdin foi inspirada na de Tom Cruise. Tá explicado porque Aladdin é considerado um dos príncipes mais bonitos da Disney, né?! Porém, inicialmente, os produtores do filme queriam que o personagem lembrasse o ator canadense Michael J. Fox, mas logo descartaram a idéia, pois Michael não era “galã suficiente”.
Michael J. Fox
Tá fácil acertar quem é a menina na foto abaixo, né?! Kathryn Beaumont foi o molde, inspiração visual e dubladora de Alice, do filme “Alice no País das Maravilhas”. E não para por aí: Beaumont serviu como tudo isso também para a Wendy, de “Peter Pan”, além de interpretar a personagem em um seriado da Disney.
Kathryn e Walt Disney
Falando em “Peter Pan”, alguém sabe quem é a simpática senhorinha nessa próxima foto? Infelizmente Margaret Kerry jamais recebeu seus devidos créditos pelo seu papel na animação, apenas por ser dubladora, mas foi ela também o molde e responsável por todos os movimentos e expressões faciais da fada Sininho. Entretanto, há boatos de que a aparência física da personagem foi baseada em Marilyn Monroe.
Veja também uma foto dos bastidores do longa, em que Margaret reproduz a cena de Sininho saindo pelo buraco da fechadura da porta:
Já o vilão Capitão Gancho foi dublado e representado por Hans Corried. Ele também é conhecido por participar de outros filmes live-action da Disney.
E para finalizar a sessão “Peter Pan”, só faltava o personagem principal! Bobby Driscoll foi a inspiração física e dublador do menino que não queria crescer, além de também interpretar o personagem em um seriado na TV. Porém, é o dançarino Roland Dupree o molde para os movimentos de Peter.
Mudando de cenário agora… Vamos falar do filme “A Pequena Sereia”, de 1989.
Ariel teve base em várias inspirações dos produtores da animação. A começar pela aparência física, tudo leva a crer que a personagem principal tem seus traços de acordo com os de Alyssa Milano. A atriz, mais tarde, faria sucesso no seriado Charmed. Coincidência ou não, em certo episódio, sua personagem vira uma sereia.
Alyssa Milano
Mas não foi só de Alyssa Milano que os diretores de “A Pequena Sereia” se inspiraram para compor o visual de Ariel. Eles também foram atrás de outros recursos, e o resultado foi uma pintura de 1901, por John William Waterhouse. No quadro, podemos ver uma sereia penteando seus cabelos ruivos com um garfo. Clássico, não?!
Quem ficou responsável pelos movimentos de Ariel foi a atriz Sherri Stoner, que também serviu de molde para Belle (“A Bela e a Fera”). Já a voz mais cobiçada do oceano ficou por conta de Jodi Benson.
Sherri Stoner
Agora fugindo um pouco do tema do post, mais por curiosidade mesmo. Os vestidos usados pela personagem fazem total referência aos das princesas anteriores. Veja e compare:
Já a vilã Úrsula, a temida bruxa do mar, teve sua aparência e personalidade inspirada na da drag queen Divine. E não é que se parecem mesmo?!
Por último, mas não menos importante, personagens dos clássicos “A Bela Adormecida”, de 1959, e “Cinderella”, de 1950.
Dizem por aí que Audrey Hepburn foi a inspiração para a aparência física da princesa Aurora, mas a responsável pelos movimentos da personagem foi Helene Stanley. Assista abaixo a um video dos desenhistas copiando seus movimentos – que no filme ficaram identicos, super delicados – durante a produção da animação:
Além disso, a atriz também serviu como molde para Cinderella, sua irmã Anastasia e Anita, de “101 Dálmatas”.
Já Eleanor Audley também é uma daquelas atrizes de 1001 utilidades: a combinação dos seus movimentos, voz e beleza serviu como uma luva para a bruxa Malévola, de “A Bela Adormecida”, e para a madrasta da Cinderella.
BÔNUS: Apenas “pessoas” serviram como inspiração para a Disney? A resposta é não!
Para fazer com que os movimentos dos filmes que tem animais como protagonistas parecessem o mais real possível, os produtores da Disney costumavam conviver com algumas espécies dentro dos estúdios. Um deles foi Faline, o veado molde para Bambi. Hoje em dia, eles se limitam a apenas visitar zoológicos, afinal o enclausuramento dos animais em escritórios para fins de trabalho é visto como crueldade.
Um dos maiores problemas para a produção de “A Dama e o Vagabundo” foi exatamente a criação de uma de suas estrelas: o Vagabundo. Lady era para ser uma cocker spaniel clássica desde o início, mas ninguém conseguia achar um visual ideal para o seu par no filme. Até o dia em que um dos escritores da trama viu um vira-lata na rua, perfeito para o papel. Assim como no filme, o esperto cão fugiu e ninguém conseguiu pegá-lo. Dias depois foi constatado que ele estava em uma carrocinha da cidade. Quando finalmente o levaram para os estúdios, descobriram que na verdade se tratava de uma fêmea, mas mesmo assim ela continuou sendo exatamente o que eles queriam: um vira-lata “legítimo” para compor o personagem. Depois de terminado o trabalho, a cadelinha passou o resto de seus dias em uma casa de Hollywood.
[ATUALIZAÇÃO | 13/05/2013]: Um usuário do Reddit de username Jamieleto criou sobreposições dos personagens Disney com os atores que serviram para criar seus movimentos. O resultado ficou muito interessante! Confira:
Quem é fã do ratinho mais famoso do mundo sabe o quanto ele já mudou de aparência desde a sua criação, em 1928. Depois de ter sido estrelado até em 3D, a Disney resolveu voltar às origens e criar uma nova animação com a primeira versão do Mickey Mouse.
O “não tão novo” Mickey irá protagonizar 19 curtas inéditos de animação que, apesar do estilo antigo, abordará temas atuais, com cenários em Paris, Nova York e Pequim.