Você já parou para pensar da onde vem tanta imaginação dos produtores da Disney para criar tantas histórias? Histórias essas que fazem parte da nossa infância e nos fazem sonhar.
O que muitos não sabem, é que a maioria dos filmes animados que estamos acostumados a conhecer, são adaptações de contos bem antigos e, até mesmo, sombrios.
Como eu nunca vi nenhum outro blog ou site contando todas essas histórias (sempre falta uma ou duas), resolvi eu mesma pesquisar e escrever para, quem sabe, criar o post mais completo sobre o assunto 🙂
Espero que gostem. Boa leitura!
Pasmem: “Cinderella” é um conto que data do século I a.C. Por ser tão antigo, há milhares de versões, sendo a mais conhecida a adaptação dos irmãos Grimm. Esta é bem parecida com a versão da Disney, exceto pelo final mais sombrio.
Para fazer com que o famoso sapatinho coubesse, as irmãs da Gata Borralheira cortaram partes de seus pés. Uma cortou os dedos e a outra, o calcanhar. Dois pombos viram a farsa e bicaram os olhos das duas. Após o episódio, ambas viraram mendigas cegas.
O detalhe do sapato também teve mudanças. Enquanto a Disney o fez de cristal, no original ele é de vidro e, a fada madrinha, na verdade, se tratava da mãe falecida de Cinderella.
Esse é outro conto adaptado pelos irmãos Grimm, e que não difere muito da versão que conhecemos.
A princesa Branca de Neve tinha 7 anos quando a sua madrasta percebeu que a sua beleza poderia lhe causar problemas. Foi então que ela mandou um caçador arrancar-lhe os pulmões. Branca conseguiu fugir e passou a morar de favor na casa de sete anões. Mais tarde, a Rainha Má descobriu seu esconderijo e tentou por três vezes matá-la, disfarçada de mendiga. Na primeira, ela tentou Sufocar a princesa com um espartilho. Na segunda, levou um pente envenenado e, na terceira tentativa, a maçã. Dessa vez os anões chegaram tarde para socorre-la e, como Branca de Neve ainda estava com a aparência boa, optaram por não enterrá-la. Ao invés disso, a colocaram numa cripta de vidro no meio da floresta. Um dia, um príncipe passou pela cripta e quis de todo modo comprá-la. De imediato os anões recusaram a oferta, mas depois de tanta insistência do príncipe, acabaram aceitando. Durante o trajeto, o príncipe deixou a cripta cair no chão. Com a queda, Branca cuspiu o pedaço de maçã envenenado e voltou a vida. Os dois se casaram e chamaram a Rainha Má para a festa. Ao chegar lá, a mandaram calçar sapatos fervendo na brasa e a fizeram dançar até cair no chão, morta.
“A Pequena Sereia” pode ser considerado um dos que mais tiveram mudanças pela Disney. O escritor do conto original é o dinamarquês Hans Christian Andersen e sua história é tão famosa por lá que, na cidade de Copenhagen, há uma estátua de sereia em uma pedra, no meio do mar.

A protagonista da história tinha mais cinco irmãs, todas criadas pela avó. Na “lei das sereias”, ao completarem 15 anos, ganhavam a permissão de ir à superfície. Quando chegou a vez da Pequena Sereia, ela salvou um príncipe de um naufrágio e se apaixonou por ele. Em seguida, procurou a bruxa do mar para lhe dar pernas, a fim de conquistar o amado. A bruxa concebeu o seu pedido, porém a Pequena Sereia ficaria sem voz e, cada vez que andasse, sentiria dores como se estivesse pisando em facas. Além do mais, se ela não conseguisse se casar com o príncipe, viraria espuma do mar (sereias, na verdade, viram espuma do mar ao invés de morrerem). A Pequena Sereia realmente fez o príncipe a amar, mas não como se ama uma esposa. Mais tarde, ele conheceu uma mulher e a confundiu com a sua salvadora, e assim decide se casar com ela.
No dia anterior ao casamento, as irmãs da sereia surgem com uma faca. Elas haviam feito um acordo com a bruxa: se a Pequena Sereia encravasse a faca no peito do príncipe, ela se livraria da maldição. Mas a sereinha o amava muito e não teve coragem de matá-lo. Suas lágrimas de amor verdadeiro a fizeram virar um espírito do ar, ao invés de espuma.
A história original foi escrita por Andrew Lang, em 1889, e nele a aparência da Fera era descrita como a de uma cobra.
O pai de Bela era mercador e tinha mais duas filhas e três filhos. Quando ele viajava, todos pediam coisas caras, exceto por Bela, que só queria uma rosa vermelha. Em uma de suas viagens, o mercador se perdeu e foi parar no castelo da Fera. Lá, ele roubou uma rosa para dar à Bela. A Fera o pegou no flagra e o obrigou a oferecer uma de suas filhas para ele. Bela foi a escolhida. Ao chegar no castelo, para a surpresa da jovem, a Fera a tratou como uma princesa e sempre a pedia em casamento, escutando um não como resposta todas as vezes. Um dia, Bela pediu para visitar o seu pai e a Fera permitiu, com a condição de voltar depois de dois meses. Certa noite, Bela sonhou que a Fera estava morrendo e correu de volta ao castelo, preocupada. Quando ela chegou, a Fera realmente estava em seu leito de morte. Deparada com tal situação, Bela finalmente percebeu que o amava e fez com que seu amor o transformasse em um lindo príncipe.
O conto é originário da França, escrito em 1697 e, mais tarde, ganhou uma versão dos irmãos Grimm.
Mais por uma premonição do que por uma maldição, uma bela princesa teve o seu dedo envenenado por uma farpa de linho. Muito triste, o rei colocou sua filha em uma cadeira de veludo, em um cômodo no meio da floresta e a tranca para sempre. Certo dia, um outro rei estava passando por ali e ficou encantado com a beleza da princesa. Ele, então, a estuprou e partiu. Sem saber, o rei acabou engravidando a princesa morta e, meses depois, ela deu a luz a gêmeos.
Um dos bebês, procurando por alimento, começou a chupar o dedo da mãe. Ele chupou com tanta força que conseguiu retirar o veneno e a fez despertar novamente. A esposa do rei acaba descobrindo tudo e manda lançar, mãe e filhos, na fogueira. Mas, na hora do ato, o rei joga a sua esposa no lugar da princesa e os gêmeos, e eles se tornam marido e mulher.
A versão dos irmãos Grimm é a mais popular. O caçador salva Chapeuzinho e sua vó, e o lobo-mau morre no final. Mas também há a versão de Charles Perrault, mesmo escritor de “A Bela Adormecida”. Nele, não há caçador e nem final feliz. Ambas avó e neta são mortas pelo lobo-mau, após Chapeuzinho ter confiado na sua palavra durante o seu trajeto. A moral da história é de que não devemos falar com estranhos.
Também criado pelos alemães Grimm, a história, na verdade, tem outro nome: “O Sapo Príncipe”.
Um rei de um reino distante tinha belas filhas. A mais bela e mais mimada adorava brincar com a sua bola de ouro no jardim. Um dia, a bola foi parar no fundo de um lago e a princesa pôs-se a chorar. De repente, surgiu um sapo, falando que se ele se tornasse o seu companheiro, ele a devolveria a bola. A princesa aceitou e o sapo cumpriu a sua promessa, diferente dela, que saiu correndo, deixando o sapo sozinho. O rei soube de sua mentira e obrigou a filha a trazer o sapo para casa. Desesperada e com nojo de tê-lo em sua cama, a princesa o joga contra a parede, e isso o transforma de volta em um príncipe, não um beijo apaixonado como no filme da Disney.
Escrito por Victor Hugo, na França, em 1831, o conto na verdade é intitulado “Notre-Dame de Paris”.
Por causa de sua deformidade, Quasímodo é abandonado, ainda bebê, na porta da catedral, e é adotado pelo arquidiácono Frollo. Este obtinha um desejo profundo pela bela cigana Esmeralda, que sempre fazia apresentações de dança nas praças públicas. Com medo de não conseguir conter a tentação, Frollo manda Quasímodo a raptar. Esmeralda, então, é salva por um grupo de arqueiros, liderado por Phoebus. A cigana se apaixona por ele, mas o comandante já era comprometido. Mesmo assim, os dois começaram a manter um caso. Sabendo disso, Frollo mata Phoebus e acusa Esmeralda de assassinato. Para se livrar de sua sentença, o religioso obriga a cigana a ter relações sexuais com ele. Ela não aceita e, no momento de seu julgamento, Quasímodo consegue a sequestrar e a leva para dentro da igreja, onde ninguém pode pegá-la.
Quasímodo cuida de Esmeralda a noite toda, mas os outros ciganos conseguem a achar e, aproveitando a confusão, Frollo se apossa da cigana novamente. Irritado com as recusas de Esmeralda, Frollo a tranca junto com uma velha louca. A prisioneira, ao invés de despedaçar Esmeralda, percebe que ela é, na verdade, a sua filha, e a poupa de todo o sofrimento. Porém a paz de Esmeralda dura pouco. Os guardas da catedral a encontram e a levam para a sua execução.
Quasímodo e Frollo estavam na torre, assistindo a tudo, quando de repente, movido pelo desespero, o deforme empurra o seu pai adotivo torre abaixo e, em seguida, desaparece para sempre.
A história da índia americana é real. A Disney recebeu críticas dos descendentes de Pocahontas pela sua versão distorcida, fazendo com que houvesse a continuação do filme, em que mostra a protagonista ficando com o seu verdadeiro marido, John Rolfe.

Na verdade, Pocahontas era apenas um apelido, que significa “criança mimada”. Seu nome era Matoaka e ela era filha de um dos chefes da tribo Powhatan, que ocupava quase todo o litoral do estado de Virginia.
Quando tinha 11 anos, Pocahontas conseguiu livrar o colono inglês John Smith, que seria morto pelo seu pai, em 1607. Smith era um homem que beirava os 30 anos e, graças a esse evento, a tribo Powhatan estabeleceu a paz com os ingleses. Ao contrário do filme da Disney, Pocahontas e John Smith nunca se relacionaram. Ele apenas a serviu como professor da língua e costumes ingleses. Em 1609 John Smith foi baleado e teve que voltar para a Inglaterra. Outros colonos afirmaram à Pocahontas que ele havia sido mordo.
Quando completou 17 anos, a índia foi capturada por ingleses e permaneceu na prisão por mais de um ano. Interessado pela jovem, o britânico John Rolfe a pede em casamento, em troca de sua liberdade, e ela aceita. Ao chegar na Inglaterra, Pocahontas passou a se chamar Rebecca. Ela teve um filho com Rolfe, a quem o batizou de Thomas. Lá, Pocahontas descobriu que John Smith estava vivo, mas na época não conseguiu encontrá-lo. Por sua vez, Smith mandou uma carta para a Rainha, pedindo para que tratassem a índia com nobreza. E, assim, fez com que Pocahontas se tornasse muito popular no reino e até ganhar a simpatia do Rei.
Em 1617 Pocahontas reencontrou John Smith e ela se disse decepcionada com ele, por não ter conseguido manter a paz entre a tribo e os colonos. Meses depois, a índia e seu marido estavam no navio, rumo aos Estados Unidos, porém uma possível pneumonia os fizeram retornar e, no mesmo ano, Pocahontas veio a falecer.
Curiosidade: o ex-presidente George W. Bush é um possível descendente de John Rolfe, fruto de um casamento posterior.
Muito se questiona sobre se Mulan é apenas personagem de uma lenda chinesa ou se ela realmente existiu. A obra foi composta no século VI, durante a dinastia de Tang, mas se passa durante a dinastia Ming. Hua Mulan era o seu nome verdadeiro, mas a Disney preferiu adotar Fa Mulan para não enfrentar possíveis processos jurídicos.
A chinesa ficou famosa por lutar na guerra contra os nômades, que durou 12 anos, no lugar de seu pai. A cada batalha, Mulan se destacava por sua coragem. Mesmo depois de descobrirem que se tratava de uma mulher, o imperador da China quis recompensá-la, mas ela não aceitou e simplesmente voltou para casa.
A história da Gran-Duquesa russa Anastasia é verdadeira e trágica, mas não teve nenhuma versão contada pela Disney. A que conhecemos foi produzida pela Fox e tem um final feliz, ao contrário do que realmente aconteceu.

Anastasia Romanov era a filha mais nova do czar russo Nicolau. No filme animado da Fox, Rasputin seria o grande vilão da história, mas na realidade ele era apenas um amigo da família, que ficou mal visto depois dos rumores sobre um possível caso com a mãe de Anastasia e também casos de pedofilia, envolvendo as filhas do czar.

Durante a Primeira Guerra Mundial, toda a família real foi capturada pelos bolcheviques e, posteriormente, executados. Ao encontrarem os restos mortais da família, notaram que não haviam os restos nem de Anastasia e nem de seu irmão mais novo. A partir daí, surgiram boatos de que ambos poderiam estar vivos.
Foi quando uma mulher chamada Anna Anderson contou aos jornais que era a Gran-Duquesa e que havia sobrevivido ao ataque se fingindo de morta e fugindo em seguida. Por anos a fio a mentira foi sustentada e Anna ficou muito rica. Apenas depois de sua morte foi concluído que Anna não se passava de uma impostora.
Tempos depois, os cadáveres dos irmãos foram encontrados e comprovados através de exames de DNA.
A história de Rapunzel é uma das mais famosas e antigas. Na minha opinião, a Disney bem que demorou muito tempo para readaptá-la aos cinemas! hehehe
Havia um casal que morava ao lado de um castelo que pertencia a uma bruxa. Quando estava grávida, a mulher pediu ao marido que fosse pegar algumas frutas. Estas só seriam encontradas no pomar da bruxa. O marido, então, arriscou roubá-las, mas foi pego pela bruxa. Como castigo, ela ordenou que o homem a desse a criança que sua esposa estava esperando. Dito e feito, a bruxa nomeou a menina de Rapunzel. Ao completar 12 anos, a bruxa prendeu a jovem numa torre sem portas e nem escadas. Ela também cultivou o cabelo da menina, sem jamais tê-lo cortado. Quando queria entrar na torre, a bruxa subia pelas longas tranças de Rapunzel. Certo dia, um príncipe estava passeando pelas redondezas e ouviu Rapunzel cantando na janela. Ele se apaixonou pela jovem e passou a visitá-la sempre que podia. Numa dessas visitas, o príncipe observou como a bruxa fazia para subir na torre e, no dia seguinte, fez igual. Ao chegar no topo da torre, pediu Rapunzel em casamento e ela aceitou. Juntos bolaram um plano: toda noite o príncipe viria com um pedaço de seda, para que assim Rapunzel tecesse uma escada. Com o passar do tempo, a bruxa percebeu que a barriga de Rapunzel estava crescendo e descobriu tudo. Ela, então, cortou os cabelos da jovem e lançou um feitiço para que ela morasse num deserto. Quanto ao príncipe, a bruxa o cegou e ele começou a vagar sem rumo pelos bosques. Até que um dia foi atraído, novamente, pela voz de Rapunzel. Os dois se reencontraram e as lágrimas de Rapunzel curaram a cegueira do príncipe, que viveram felizes para sempre.
BÔNUS:

Hercules, na verdade, é um Deus da mitologia grega, filho de Zeus com uma mortal. Sua história é famosa pelas 12 tarefas que teve que cumprir e que o mostrou um Deus muito forte.
- Alice no país das maravilhas

A animação da Disney foi inspirada pelos livros de Lewis Carroll. É claro que a história é fantasia, mas a Alice realmente existiu. Ela era uma garotinha de 8 anos, filha de um casal amigo do escritor. Carroll ficava encantado com a personalidade da menina e sempre a levava para passear. Muito se especula a respeito de uma possível relação amorosa entre os dois, coisa que nunca foi comprovada devido a enorme diferença de idade entre os dois.
– Ariel